1️⃣ INTRODUÇÃO:
– O TDAH comórbido está presente em cerca de 20% dos pacientes com transtornos por uso de substâncias (TUS);
– Quando o TDAH está presente junto com um TUS, o TUS tende a ser mais grave, estar associado a sérias complicações e ter piores desfechos (Cunill et al., 2022);
– O diagnóstico de TDAH comórbido é comumente ignorado em pessoas com TUS. Portanto, temos que procurá-lo especificamente e, se estiver presente, tratá-lo.
2️⃣ ALGUNS “PRÉ-REQUISITOS”:
– (Razoavelmente) certo sobre o diagnóstico de TDAH: em pessoas com TUS, algum esforço extra provavelmente será necessário para estar (razoavelmente) confiante de que a pessoa realmente tem TDAH;
– A pessoa deve estar “limpa”: foi recomendado que medicamentos para TDAH sejam usados em pessoas que têm TDAH e um TUS, desde que a pessoa não esteja mais usando nenhuma substância para “ficar chapada” (Cunill et al., 2022);
– Tratamento simultâneo do TUS: para tratarmos o TDAH em um paciente com TUS, devemos insistir que a pessoa participe simultaneamente de um tratamento adequado para reduzir o risco de recaída do TUS.
3️⃣ PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO:
– As diretrizes de prática da Associação Britânica de Psicofarmacologia para o tratamento de TDAH fornecem as seguintes dicas para o tratamento de TDAH comórbido com TUS (Bolea-Alamañac et al., 2014):
1. Os medicamentos para TDAH não devem ser usados sozinhos: o uso de medicamentos para TDAH deve ser combinado com tratamentos psicossociais (Bolea-Alamañac et al., 2014);
2. Atomoxetina: geralmente deve ser considerada a opção de primeira linha;
3. Entre os estimulantes: metilfenidato de liberação prolongada ou a lisdexanfetamina podem ser preferíveis devido ao risco significativamente menor de uso indevido.
Autores: Luizinho, Michelzinho & Ricardinho