📆 A Associação Psiquiátrica Americana (APA) divulgou recentemente diretrizes de prática atualizadas para o tratamento do transtorno da personalidade borderline (TPB);
📈 O TPB tem uma prevalência de 10%–18% entre pacientes ambulatoriais e até 25% entre pacientes internados, com uma prevalência estimada menor na população em geral (1.4%–2.7%);
➕ Indivíduos com TPB frequentemente apresentam condições psiquiátricas concomitantes, incluindo TDM, TB, TEPT, transtornos de ansiedade, TDAH, TUS e transtornos alimentares. A presença dessas comorbidades está associada ao aumento da gravidade dos sintomas e a um curso mais desafiador da doença;
📄 As diretrizes atualizadas abordam os principais equívocos sobre o TPB, com foco na visão desatualizada de que a condição é intratável. Embora os sintomas do TPB possam persistir por anos, muitos pacientes alcançam melhora significativa, particularmente com psicoterapia direcionada. No entanto, os sintomas principais, como medo de abandono, impulsividade e desregulação emocional, muitas vezes permanecem;
✍️ Indivíduos com TPB também continuam a enfrentar riscos elevados de suicídio, automutilação e mortalidade por todas as causas, mesmo após melhora significativa, reforçando a necessidade de suporte clínico contínuo. No entanto, apesar desses sintomas duradouros, os pacientes podem e experimentam melhora significativa de seu TPB com tratamento adequado;
👩⚕️ A APA recomenda fortemente a psicoterapia como tratamento primário para o TPB. A terapia comportamental dialética (TCD), a terapia baseada em mentalização (TBM), a terapia focada na transferência (TFT) e o tratamento psiquiátrico geral (TPG) demonstraram reduzir os principais sintomas do TPB e melhorar o funcionamento;
💊 A APA recomenda que os medicamentos sejam utilizados com cautela e como adjuvantes à psicoterapia, em vez de tratamentos primários. Os medicamentos devem ser prescritos com um sintoma-alvo claro em mente, como impulsividade ou instabilidade de humor, e devem ser revisados regularmente e reduzidos quando apropriado. As diretrizes desencorajam o uso rotineiro de medicamentos psicotrópicos apenas para o TPB, enfatizando que eles devem ser considerados apenas na presença de transtornos concomitantes ou exacerbação grave dos sintomas;
👍 Independentemente dos métodos utilizados, os pacientes devem se envolver em uma discussão colaborativa sobre seu diagnóstico e tratamento. O envolvimento do paciente ajuda a melhorar sua adesão e os desfechos gerais do tratamento;
🙇 Infelizmente, muitos pacientes com TPB relatam sofrer discriminação em ambientes de assistência médica. Programas de educação e treinamento para profissionais de assistência médica reduzem o estigma e aumentam a empatia. As diretrizes incentivam o treinamento estruturado em gerenciamento do TPB para ajudar os clínicos a desenvolverem confiança no tratamento dessa condição complexa.
⛲ FONTE: Keepers GA, Fochtmann LJ, Anzia JM, et al. The American Psychiatric Association Practice Guideline for the Treatment of Patients With Borderline Personality Disorder. Am J Psychiatry. 2024.